It Grande Hotel e Tulip Inn tomam providências para evitar o vírus e
experimentam melhora discreta no movimento
ITAGUAÍ - O ramo de hotelaria passou a experimentar, a partir de abril deste ano, algo próximo de um grande desastre. Com a grande quantidade de cancelamentos de viagens, quarenta, restrições do comércio e algumas localidades inclusive em lockdown, os hotéis amargam prejuízos e ainda tentam se restabelecer mediante decretos de flexibilização aqui e ali. Em Itaguaí, cujo turismo nunca foi forte economicamente, a demanda por hotéis de negócios era grande e foi suprida por dois empreendimentos de vulto: o Tulip Inn, na entrada da cidade pela Rio-Santos; e o It Grande Hotel, no centro.
Dependentes do trânsito de gente que trabalha nos empreendimentos na cidade, como técnicos contratados para trabalhos temporários, empresários que vêm fazer supervisão e participar de reuniões ou profissionais que chegam a Itaguaí para algum serviço específico durante alguns dias, estes hotéis viram a quantidade de hospedagens despencar entre abril e junho. A ênfase no trabalho remoto dos profissionais dessas empresas contribuiu para a criticidade do momento. Ambos relatam dificuldades no período e o que fizeram para enfrentar o momento difícil.
IT – GRANDE HOTEL
Localizado bem no centro, perto do salão de festas Cochicho, o It Grande Hotel é um confortável local cujo objetivo é proporcionar conforto para quem precisa passar ao menos uma noite na cidade. O hotel se habituou a hospedar profissionais que atuam no Distrito Industrial de Santa Cruz e no Porto. Por este motivo, depende diretamente do funcionamento das empresas da região, principalmente da Ternium, a usina que fica na zona oeste da capital, mas que também é muito próxima de Itaguaí.
Com a pandemia, os responsáveis pelo hotel investiram em equipamentos de proteção individual e no aprimoramento de procedimentos de segurança sanitária para não perder a credibilidade dos hóspedes. “É o momento mais desafiador que já enfrentamos em 10 anos de existência”, diz a nota enviada pela empresa que administra o hotel.
Ainda segundo a nota, a queda do movimento começou em março. Foi necessário afastar funcionários e diminuir salários, de acordo com as medidas oferecidas aos empresários pelo governo federal. O pior momento foi em abril: vários dias sem nenhum hóspede, ou com apenas um.
A partir de junho, começou uma melhora gradativa, porém lenta. Em julho, a média de ocupação está em torno de 25%, ajudada talvez pela flexibilização que o governo municipal vem praticando com os últimos decretos de restrição sanitária. O restaurante do hotel abriu somente em maio, mas com redução no número de mesas.
TULIP INN
À beira da Rio-Santos, o imponente prédio do Tulip Inn chama a atenção. É tipicamente um hotel para quem veio fechar ou discutir negócios na cidade, embora bastante confortável e com vários serviços. Mas a pandemia tem sido um momento realmente difícil.
O Tulip Inn começou a perceber os impactos na segunda quinzena de março: diversos cancelamentos e pouca demanda das empresas da região. Uma das primeiras providências que a administração tomou foi reorganizar a escala de trabalho, antecipar férias dos funcionários e renegociar contratos. Na época, a projeção de retomada era entre maio e junho.
Em abril, o hotel também se utilizou das medidas do governo e reduziu a jornada de trabalho de staff e readaptou a operação e o serviço para um hotel com movimento reduzido. Ainda assim, a determinação foi mantê-lo aberto. O fato do hotel estar em uma localização estratégica pesou na decisão, pois a proximidade da zona portuária e industrial manteria o movimento, mesmo que em menor escala do que o habitual.
Em nota, os administradores relatam que nos meses de abril e maio o faturamento em hospedagem foi cerca de 60% menor comparado com o primeiro bimestre. Foram nesses meses que as medidas sanitárias foram implantadas com rigor máximo, com readaptação dos serviços.
Em junho, o hotel teve uma leve reação positiva e conseguiu obter o melhor desempenho desde o início da pandemia.
RETOMADA POR VIR
Com o avanço desigual da pandemia, números que oscilam e o perigo de uma nova onda, não só os hotéis ainda precisam conviver com incertezas durante algum tempo. Na semana passada, a prefeitura baixou o decreto 4484, que flexibiliza (mediante cuidados sanitários) grande parte do comércio, inclusive ambulantes, ao mesmo tempo que tornou obrigatória as máscaras de proteção em transportes públicos e ambientes fechados.
O que ainda não se sabe é quando todas as empresas que puxam o movimento dos hotéis de negócios vão poder experimentar algo parecido com o que havia antes da pandemia. O impacto, espera-se, será positivo em vários setores.
Via: O Dia
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